Amor Elástico ou Atlas Livre- Diogo Costa-Leal
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Amor Elástico ou Atlas livre
emparedadas razões nesta noite que inventa as suas luas nos meus olhos descampados. escalo o ponteiro das horas com o amor lento nos braços a tapar os segundos com sensações de matéria invisível, isto é - não quero que vejas o tempo a passar enquanto estamos juntos, na pele, na saliva, na estrela. destruam-nos os semáforos na viagem - a luz que assusta. porque eu sempre tive dentes de vinho dentro das gengivas, sempre tive a
vida a extasiar-se por dentro, e é no beijo que ela se vindima. Vem. Vamos entrar na rua. Afagar o amor macio como o secretismo do seu ventre. erguer um novelo aberto de nervos para coroação da leveza – a nudez. Tudo guina em meu coração para o epicentro das imagens, a não ser que o automatismo vibre por entre as tuas coxas. eis a minha cabeça entre as tuas mãos: coral a arfar ajoelhando por peixes. Toma desta garrafa de oceano comigo. É bom licor, reserva do esquecimento. Despe-te para que eu te escreva amanhã. Deixa-me fumar, cantando, a tua beleza: devagar. demoro-me antes de chegar ao teu fogo: voltar. Voltar. Voltaaaaaar aos teus braços outra vez, rosa púrpura - rasa - a rasgar o alcatrão da vida. brindemos. Brindemos com a voz o ar, sussurrando a melodia imaginada na respiração aproximada.
tenho - em ti - o retardar das estações inteiras no olhar pensante, cambaleando, o corpo inteiro cambaleando, sôfrego, com o espírito adiantado, por fora, já nos teus braços.
Invertamos a sombra em amor de cor, sincopado, corpo-a-corpo. invertamos a insónia na dança ribombada das vísceras bonitas nos sonhos, repetidamente, a acordar. As mãos absorvem as tuas costas até arranhar o infinito indefensável. O tempo lenta vela derretida lenta, espessa, com a ondular hipnótico do nosso fogo táctil. Os olhos tão próximos, tão próximos que se engolem para a combustão dançante. Os poros, os poros exultando o aroma que destrói as paredes do pensamento, e na varanda da imaginação, nós dois - adrenalina levintante- quatro pés conjuntos sobre o parapeito da infância, saltando a altitude da expectativa sanguínea – e que a terra nos dê o balanço estelar da paixão, o sprint da loucura, o salto da anestesia, e o voo... o voo ... o voo cardíaco do espírito, em altura transbordada, cuja queda feita é em ti, onde adormeço nisto: um poema vivo, sobre as próprias costas atlásticas do amor.
Diogo Costa Leal
(poema e voz)
@momentumf
(música)
emparedadas razões nesta noite que inventa as suas luas nos meus olhos descampados. escalo o ponteiro das horas com o amor lento nos braços a tapar os segundos com sensações de matéria invisível, isto é - não quero que vejas o tempo a passar enquanto estamos juntos, na pele, na saliva, na estrela. destruam-nos os semáforos na viagem - a luz que assusta. porque eu sempre tive dentes de vinho dentro das gengivas, sempre tive a
vida a extasiar-se por dentro, e é no beijo que ela se vindima. Vem. Vamos entrar na rua. Afagar o amor macio como o secretismo do seu ventre. erguer um novelo aberto de nervos para coroação da leveza – a nudez. Tudo guina em meu coração para o epicentro das imagens, a não ser que o automatismo vibre por entre as tuas coxas. eis a minha cabeça entre as tuas mãos: coral a arfar ajoelhando por peixes. Toma desta garrafa de oceano comigo. É bom licor, reserva do esquecimento. Despe-te para que eu te escreva amanhã. Deixa-me fumar, cantando, a tua beleza: devagar. demoro-me antes de chegar ao teu fogo: voltar. Voltar. Voltaaaaaar aos teus braços outra vez, rosa púrpura - rasa - a rasgar o alcatrão da vida. brindemos. Brindemos com a voz o ar, sussurrando a melodia imaginada na respiração aproximada.
tenho - em ti - o retardar das estações inteiras no olhar pensante, cambaleando, o corpo inteiro cambaleando, sôfrego, com o espírito adiantado, por fora, já nos teus braços.
Invertamos a sombra em amor de cor, sincopado, corpo-a-corpo. invertamos a insónia na dança ribombada das vísceras bonitas nos sonhos, repetidamente, a acordar. As mãos absorvem as tuas costas até arranhar o infinito indefensável. O tempo lenta vela derretida lenta, espessa, com a ondular hipnótico do nosso fogo táctil. Os olhos tão próximos, tão próximos que se engolem para a combustão dançante. Os poros, os poros exultando o aroma que destrói as paredes do pensamento, e na varanda da imaginação, nós dois - adrenalina levintante- quatro pés conjuntos sobre o parapeito da infância, saltando a altitude da expectativa sanguínea – e que a terra nos dê o balanço estelar da paixão, o sprint da loucura, o salto da anestesia, e o voo... o voo ... o voo cardíaco do espírito, em altura transbordada, cuja queda feita é em ti, onde adormeço nisto: um poema vivo, sobre as próprias costas atlásticas do amor.
Diogo Costa Leal
(poema e voz)
@momentumf
(música)
Cari Amor Elástico ou Atlas Livre- Diogo Costa-Leal: